O que você vê quando me vê? Eis aí uma questão para todos, mas a quem, no mais íntimo da interrogação sobre si, se encontra reanimado quando a invasão traumática permanece ligada a um outro, a outros, àquilo que sua
Entre o nascimento e a constituição do sujeito existe um espaço que revela o encontro traumático com o real. Quando esse evento é marcado por parâmetros inimagináveis, como o cenário da neonatologia, o hiato é exacerbado. Trata-se de traumatismo absoluto. Este breve trabalho pretende refletir sobre as condições de possibilidades de se ultrapassar o horror, reencontrar o equívoco e a “liberdade significante”, diante de tais circunstâncias.
A partir do comentário de um caso, o autor reflete sobre como a psicanálise se situa para operar frente a um vazio subjetivo, consequência de um trauma individual e social (a ditatura militar na Argentina) e nos alerta para o risco de prevalecer uma lógica do asilo e da proteção na assistência que algumas instituições oferecem ao sujeito, o que não possibilitaria uma mudança em sua posição subjetiva.
Trata-se de uma introdução às questões que o real do trauma nos
coloca, enquanto psicanalistas, na clínica com crianças.